terça-feira, 25 de dezembro de 2012

oliveira nódoa

do jardim do Éden não se esquece
nem das oliveiras nódoas

mas só é nódoa se não sair de molho
se for mais de rocha que água sanitária
dragão

mancha de cabaço
moda que incomoda
nódoa é momento
casamento de acaso
carimbo de vento
excesso de peso
ova de orvalho
cagada de pombo
espírito gástrico
morte
obra divina
mão boba
vara de bambu
fotografia
língua no cu
frissom
chocalho

cai oliveira
que eu te chupo até o caroço
tatua-me o corpo
resseca-me a boca
arroxa o pá
soca amora
soca amora

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bis (Odara v.2)

Ele passou o dia ruminando a música... Nu, vestido de violão, ouvido e língua, tentou a canção nos dedos... vestida de rimas brancas, a música não tinha o mesmo compasso das palmas do músico... Circulava rasante... tão brisa que quase nem se escutara...

Faz o músico deitar seu ouvido no chão...

Tudo ficara levemente móvel... sem gravidade... Os cabelos coloridos do tapete começaram a levitar... Sem desacoplar a orelha esquerda do piso, de bruços, o músico ergueu o braço direito... segurou-se nos pés da mesinha central, não se deixou sugar pelo moinho de vento que vinha do teto... tocou três vezes os cotovelos dos dedos na madeira.. fez tudo voar da sala para o quarto... inclusive a música...

Enquanto as luzes e os sons do dia não deixavam o músico anoitecer na cama... a beleza da música matinha oo músico deitado... Aberto... Ele olhava o violão em silêncio... sentia o mesmo som do chão da sala tocar os seus martelos... Assim criou um novo arranjo de cordas... usou poucas notas... mimos em compassos dois por quatro... Sussurros temperados a calor e a suor...

Não revestiu a melodia de gozos... Não ressoou cânticos de Odara ou desce... deixou um papel azul por baixo da porta... uma embalagem amassada de chocolate Bis.

Em homenagem ao dia do músico.

O mundo vai acabar os absorventes

- Amor... A aba do seu absorvente está aparecendo...

- Pois que se foda! Não me importa mais saber o que você acha ou não de mim! O mundo vai acabar e pronto! ACABOU!

- Tá vendo amor! É sempre você quem começa!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

domingo, 26 de agosto de 2012

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Seu Buceta,

É o seguinte...

Sevocênãodardecumforça,
Nãoséquiço.
Esevocênãoséquiço,
você



VOCÊ




VOOCÊÊ






VVVOOOCCCÊÊÊ

chupa

A dispersão já é criação.

futurar

Em Noronha, o guia turístico, Seu Faustão, nos explicando os procedimentos do mergulho nas piscinas de corais na Praia do Atalaia:

- Chegando lá se vocês não souberem FUTURAR, vocês vão ter que corocar o corote...

terça-feira, 24 de julho de 2012

natureza morta 2

Se a câmera é do homem. Se o olhar é do homem. Se o meio fotografado foi recriado pelo homem. Por que o homem precisa está sempre em quadro para que a fotografia represente sua realidade?


(2008)

do nada...


O ser é sem sexo?
Sim, respondeu o assexuado.
O ser é com e sem sexo.
Ser sem sexo, ser consigo,
Com Eu, prazer com Nada.

O ser é sem sexo?
Nada, respondeu o macho.
O ser é só com sexo.
Ser sem sexo? Deu o caralho!
Sem cu viro pau, sem gozo viro cu.

O ser é sem sexo?
Sim e não, respondeu o diabo.
O ser sou Eu, Nada é Deus.
Ser sem sexo pra mim é pecado,
pra Deus é tudo,
pro Nada é nunca.
Eu sou Nada, a gênese divina do sexo.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

Rua,

Acordei com saudades da luz. Ainda escuro, a luz estava longe de chegar pro meu dia. Clara, como há muito não miopia, a luz dormia seus raios apagados pela guerra de ontem. Aurora, como há muito não vestia, a luz despertava surpresa na noite. Branca. Dormia. Não estava por chegar das avenidas. Dormia o sono da estrada. Dormia sua força de mãe, bailarina. Dormia para acordar com fome de mais e com sede de menos. Dormia toda a minha alegria...

Dorme em paz dona rua e quando acordar ilumine essas palavras com a sua pele, poesia.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Odara

Ele passou o dia ruminando a música... Nu, vestido de violão, ouvido e lingua, tentou a canção nos dedos... magrinha e vestida de rimas brancas, a música parecia distante de caber em suas grandes palmas fechadas... Circulava baixinha... tão brisa que quase nem se escutara... o músico logo colocou o seu ouvido no chão.. lá estava ela... tudo ficara móvel.... os cabelos coloridos do tapete começaram a voar... sem tirar a música do chão, o músico levantou um dos braços... se segurou nos pés da mesinha central da sala para não cair... dificil... tocou três vezes na madeira e fez tudo voar para a cama... inclusive a música... enquanto as luzes e os sons do dia de fora não deixavam o músico anoitecer dentro do quarto... a beleza da música matinha o músico deitado... aberto... olhava o violão em silêncio e o som ainda tocando os seus martelos... assim criou novos arranjos para as suas cordas... usou poucas notas... mistas... mimos em compassos dois por quatro... sussurros temperados a calor e suor... vestiu a melodia de gozos... ressoou cânticos de Odara ou desce.

gaiola

Quanto maior a gaiola, menor o passarinho.

rave

Era mais um dia de cidade normal e bosta, onde em busca da sua igualdade, vários trabalhadores dançavam o bater-estacas dos carros. Paredões. Música eletrônica sem direito a neons, globos, raios e cores.

"Ela é puro êxtase!", resmungou o velho Barão Vermelho que passará em sua bengala.

Da posse de violões virgens e palitós brancos, mulheres barbadas começaram seus expedientes. Empregos!? Dos bueiros e ralos, entupidos, não deu para escutar seus agudos sorrisos provindos dos altares dos prédios. Avenida Paulista.

Sincronizadas, colocaram seus instrumentos de corda entre as coxas e saltaram sobre os carros. Não voaram. Evocaram estrondos concretos. Texturas pollockianas. Arranjo de rosas rubras e murchas. Desfile Fashion Week. Decomposições.