Era mais um dia de cidade normal e bosta, onde em busca da sua igualdade, vários trabalhadores dançavam o bater-estacas dos carros. Paredões. Música eletrônica sem direito a neons, globos, raios e cores.
"Ela é puro êxtase!", resmungou o velho Barão Vermelho que passará em sua bengala.
Da posse de violões virgens e palitós brancos, mulheres barbadas começaram seus expedientes. Empregos!? Dos bueiros e ralos, entupidos, não deu para escutar seus agudos sorrisos provindos dos altares dos prédios. Avenida Paulista.
Sincronizadas, colocaram seus instrumentos de corda entre as coxas e saltaram sobre os carros. Não voaram. Evocaram estrondos concretos. Texturas pollockianas. Arranjo de rosas rubras e murchas. Desfile Fashion Week. Decomposições.
Um dia serei mulher
Há um ano
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