quarta-feira, 5 de novembro de 2008

De ti-tio para pa-pai...

Olhos que me amanhecem os olhos...
em azul...
Maria do céu-de-aracajú.

Coceira...
Ação da natureza...
A rede balança...

Eu, objeto voador não-identificado...
tenho o indicador direito...
de duas décadas e meia...
roubado...
por cinco pétalas de dois meses...
Surpresa?
Um presente de Deus...
deitado entre os meus braços...

Viro chupeta de coração sem dentes...
Objeto de barbas...
atenciosamente observado...

Não me piscam...
Encaro o olhar...
Fico pequeno...

em conta-gotas...
Água na boca...

Babo já babá,
refaço xixi na colcha...
Choro,
Cheiro,
Chovo...
E toco...

chorinho...

A evolução da vida pode estar num vinil...
Dois violões...
ou em lágrimas...

O tempo é mãe...
do silêncio, do som...
do peito, da fralda, do algodão, da loção, do talco, da pomada,

da pegada do gênio...
Do partido alto...
Possivelmente boa de peia, pisas, palmadas...
Vaias?

Várias palmas!

... pa... tu... li... pa... tu... li...

O horoscópo das flores...
jazz escutam de longe a própria voz...

... PA... TU-LI-PA... TU...

Identificam os meus acordes...
nos reflexos dos girassóis azuis...

que ainda olham para mim...

BLEM dentro de mim...

... LI-PA... PAI.

2 comentários:

Anônimo disse...

Emocionado.
Super significante para mim.
Como é bom sentir-me um ator nestas palavras tão belas.

Anônimo disse...

e eu muito orgulhosa por ser a mãe da criatura que te inspirou. Que teus filhos futuros te tornem ainda mais inspirado...eles serão muito felizes com um pai como ti!

Namastê